quinta-feira, janeiro 29, 2009

Exemplos (bons e maus)








São 50 os anos que separam as duas imagens, as quais retratam a Capela de Nossa Senhora da Estrela, na freguesia da Boidobra (concelho da Covilhã).

A primeira destas imagens é uma digitalização a partir de uma fotografia do livro "A Árvore em Portugal", de Francisco Caldeira Cabral e Gonçalo Ribeiro Telles (1ª edição datada de 1960). Acompanha esta imagem, no referido livro, a seguinte legenda: "Os dois plátanos, anda novos, são já marcantes na paisagem do Zêzere, valorizando o templo".

Pela segunda imagem, é fácil constatar que os plátanos cresceram em número mas perderam em beleza e hoje, em nada, contribuem para a "valorização do templo".

Parece uma sina de difícil fuga, a vontade humana em destruir a árvore e menosprezar a sua importância na paisagem e na conjugação com a arquitectura humana.

Penso nos bons exemplos que tenho dado aqui na "sombra" e lamento que, com o tempo, e tal como neste caso da Boidobra, todos eles se convertam, sob a ignomínia humana, em maus exemplos.


P.S. - Sobre a importância das árvores na valorização de um conjunto arquitectónico pedia que, mais uma vez, visualizassem a Capela de Nossa Senhora de Assedasse (Serra da Estrela).

quinta-feira, janeiro 22, 2009

É bonita a árvore!




Um sobreiro (Quercus suber L.) de fazer suster a respiração... No coração da serra algarvia, algures no Ribatejo ou na Estremadura? No Alentejo? Nas Beiras? Alguém quer arriscar um palpite?

Desconheço a vossa resposta à pergunta anterior, mas duvido que alguém tenha respondido "Minho".




Foi no coração do Alto Minho, mais concretamente na freguesia de Taião (concelho de Valença), que o Miguel Rodrigues descobriu este exemplar maravilhoso.

Tem tudo...Beleza (não corrompida por poda desajustada); possui uma copa ampla, bem desenvolvida e um tronco corpulento. E, pormenor importante, aparenta uma vitalidade transbordante.

No Reino das Árvores este sobreiro seria um sedutor... Eu, pelo menos, não lhe resisti.




P.S. - Todo o mérito da reportagem fotográfica que relata esta descoberta é do Miguel Rodrigues.

É a esperança de continuar a descobrir árvores como esta que nos move, por esse país, em busca da próxima...

domingo, janeiro 18, 2009

Poesia verde

Domingo. Araucária. Vila do Bispo.


A poesia anda à solta...É só preciso saber como agarrá-la sabendo que, tal como a liberdade, esta não pode ser encarcerada.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Boas intenções




Um pequeno recanto num passeio... À primeira vista, parece ser o recanto perfeito para plantar uma árvore e colocar um banco de jardim.

Com um pequeníssimo esforço conseguimos imaginar o futuro, com alguém sentado no banco desfrutando da sombra da árvore. O problema é que...

O problema é que esta árvore, um carvalho, foi plantada à distância de pouco mais de um passo do prédio que se observa na imagem. O futuro, como se compreenderá facilmente, vai ser bem diferente, pois dentro de poucos anos teremos esta árvore, de grande porte, a colidir com o prédio e com o poste de iluminação.

Porquê? Porquê insistir em plantar árvores, sobretudo as de grande porte, em locais onde elas não dispõem do espaço suficiente para crescer?

Plante-se uma árvore de pequeno porte; plante-se um arbusto ou coloque-se um vaso com flores... Porque de boas intenções está o inferno cheio!


P.S. - Escolhi esta situação, em particular, como poderia ter escolhido uma outra qualquer, dentro dos variadíssimos exemplos que é possível encontrar em qualquer localidade portuguesa, vila ou cidade.

E é esta falta de planeamento, na hora de plantar a árvore, que serve depois de "justificação" à ignomínia ilustrada em fotografias como a que acompanha o texto de Joaquim Vieira Natividade, que publiquei a 8 de Janeiro último.


terça-feira, janeiro 13, 2009

A árvore é uma boa amiga nossa

Capela de Nossa Senhora da Assedasse, Serra da Estrela - Parque Natural da Serra da Estrela


"(...) Disponha, pois, só de mais alguns minutos, antes de nos despedirmos; e oiça agora falar ainda da árvore, mas sôb outro aspecto.
Ponhamos de banda propriamente os serviços que a árvore presta; e vamos a vêr o que ela tem de agradável para nós.
Repare o leitor que, além das coisas a que damos mais valor porque nos são de maior utilidade e satisfazem as nossas necessidades primeiras, outras há que também valem só pelo prazer que nos dão quando as vemos, só porque são belas.
O que mais distingue um homem educado daquele que o não é, é justamente o apreço que o primeiro dá aquilo que tem beleza e o saber distinguir nas coisas que o cercam onde essa beleza se encontra.


(…) Não, meus caros leitores, não ha só isso a considerar nas árvores; não ha só que vêr o que elas produzem e que calcular o valor dos seus produtos; ha ainda, por assim dizer, que agradecer-lhes, e que gostar delas, pelo conforto, pela alegria, pelo prazer de dentro da alma que nos dão quando são belas, e as topamos, às vezes tristes, às vezes cansados no nosso caminho.


(…) Não é preciso dizer mais: no campo, como na cidade, a árvore é bela; por sua intervenção é que a gente se afeiçoa a determinados sítios; graças a ela é que damos preferência muitas vezes a determinados passeios; e alegres ou tristes que nos sintâmos será em frente da paisagem que ela embelezar que nos encontraremos bem, para pensar tranquilamente nas nossas tristezas, ou para dar largas à nossa alegria de viver!
A árvore, acreditai-me leitores, é uma boa amiga nossa!"



Belíssimo texto partilhado por um leitor da "Sombra Verde": "Aqui partilho (como contribuição) um pequeno texto do mestre do Natividade e do Gomes Guerreiro no curso de Silvicultura do ISA, o prof. Mário de Azevedo Gomes, retirado de um livrinho de 1916, destinado à "educação popular", com o nome sugestivo "A Utilidade das Árvores" [reeditado pela Câmara Municipal de Sintra, no dia do Ambiente do ano passado]".

Muito obrigado.

sábado, janeiro 10, 2009

Uma pergunta de difícil resposta

Carvalho-americano (Quercus rubra L.) - Pousada de S. Bento (Caniçada, Gerês)


Quando é que uma árvore, de uma determinada espécie, deixa de ser um exemplar monumental, de dimensões acima da média, para passar a ser um espécime digno de ser considerado árvore de interesse público?

Podendo parecer fácil, considero que é uma pergunta de muito difícil resposta. Acresce que os motivos que podem justificar a classificação de uma árvore podem ser de diversa índole; atente-se na questão da relevância histórica e cultural, como no caso da azinheira de Fátima.

No entanto, e no que concerne especificamente às dimensões das árvores, considero que deveria ser encontrado um sistema que uniformizasse as condições para a classificação de um determinado exemplar arbóreo. Recorde-se, a este propósito, o que acontece nos E.U.A., com o National Register of Big Trees (ver página 3 do documento pdf).


Independentemente das considerações anteriores, chamo a atenção para a magnífica árvore que acompanha este texto. Um belíssimo carvalho-americano (Quercus rubra L.) com privilegiada vista para a Barragem da Caniçada, no Gerês. Um sério candidato a gigante...



sexta-feira, janeiro 09, 2009

Na Dupla Sombra das Árvores

Cabo Verde, Ilha Brava, Vinagre, 1995

"
O Segredo da Árvore - De quando em vez deparamos, nas Ilhas de Cabo Verde, com árvores centenárias. São árvores que encontraram um lugar onde as raízes puderam penetrar na rocha até encontrarem alguma água. A casa com ar misterioso não serve para habitação, ela abriga uma nascente e um reservatório. Toda esta árvore vive da casa e da água que ela contém".

Fotografia e texto: Margarida Pinheiro


"Na Dupla Sombra das Árvores" é uma exposição patente no Jardim Tropical do IICT (Instituto de Investigação Científica Tropical).


P.S. - Sugestão "Maria Pudim". Obrigado pela dica...


quinta-feira, janeiro 08, 2009

Retrato da árvore em Portugal

Fotografia - Blogue "Paul dos Patudos"

Joaquim Vieira Natividade (1899-1968), o grande agrónomo que foi também silvicultor e um dos maiores especialistas mundiais do sobreiro, se não o maior, escreveu de facto um artigo publicado em 1959 (intitulado "A árvore e a cidade") que foi republicado em 1976 num livrinho intitulado "O Culto da Natureza" (edição da então Secretaria de Estado do Ambiente, sob os auspícios do professor Manuel Gomes Guerreiro, que foi seu amigo e colaborador). Esse livro reúne três textos extraordinários de Vieira Natividade.

Eis a parte do referido artigo que se refere à forma como as vilas e cidades de Portugal tratam a árvore. Infelizmente, cerca de 50 anos mais tarde, as coisas não melhoraram. Talvez tenham mesmo piorado significativamente.


«Uma das coisas que desfavoravelmente impressiona quem visita o nosso País é a incapacidade, aparente ou real, para, com inteligência e dignidade, aproveitarmos a árvore no urbanismo. Há quem fale, à boca pequena, de atávicos instintos "arboricidas", o que é desprimoroso, antipático, quando não degradante e sinistro, porque pode levar a crer que, apesar de baptizados e de nos termos por bons cristãos, de todo nos não libertámos ainda dos vícios e das tendências ingénitas, da infiel moirama. Para se contornarem os melindres, recorramos, não já ao neologismo "arborifobia", porventura também cruel, mas a eufemismos suaves e eruditos, como a dendroclastia, para traduzir o desamor de muitos dos nossos municípios pela árvore ornamental. Em boa verdade, por esse País fora, em tantas caricaturas de jardins a que se dá por vezes o nome de parques municipais, raro se nos depara uma árvore verdadeira, uma árvore autêntica, em todo o esplendor da majestosa arborescência; a árvore esbelta, digna, umbrosa e acolhedora, orgulho da Criação. Onde acaso existiu, poucas vezes escapou a brutais mutilações que a transformaram em grotesco "Quasímodo", sem o mínimo respeito pela dignidade do mundo vegetal.

Nos jardins, em lugar da árvore, plantou-se um reles "ersatz" uns arbustozitos burlescos, quase bobos arbóreos, tão inúteis que nem dão sombra a uma pessoa crescida: as tais falsas acácias de importação, maneirinhas, embonecadas, dengosas, com o ar, não de fazerem parte do jardim, mas de terem ali ido, em passeio, exibir ramagem, com a sua “permanente” manipulada no salão de qualquer "coiffeur" arborícola municipal. Compreende-se, num povo de fraca cultura, o desamor instintivo ao marmeleiro e ao castanheiro, árvores estas consideradas, desde remotos tempos, estimáveis ferramentas de educação e esteio dessa vida patriarcal, austera e digna, que os velhos, ao olharem o que vai pelo mundo, recordam com saudade e respeitoso enlevo. Já se não compreende, todavia, que se mutilem ou suprimam sem piedade o ulmeiro, o plátano, o umbroso freixo, o álamo esbelto, os nobres e austeros ciprestes, os cedros, os carvalhos e tantos outros soberbos gigantes vegetais que, estranhos, embora, muitos deles à nossa flora, encontraram na Lusitânia como que a sua segunda pátria.

Num país castigado por uma ardente canícula, dir-se-ia que temos horror à sombra; onde se pediam arvoredos frondosos e acolhedores, o ninho de um oásis a suavizar as inclemências do estio, fizemos terreiros imensos, cruamente ensoalheirados e inóspitos; quando tantos dos nossos monumentos lucrariam com uma nobre moldura vegetal que acarinhasse e aquecesse a frieza da pedra ou por vezes quebrasse, com a cortina da folhagem, a monotonia das grandes massas arquitectónicas, e num ou noutro caso escondesse até a sua real pobreza; quando a presença da árvore exaltaria o poder evocador e o poético encanto que emana de tantas ruínas, como acontece aos templos perdidos nos bosques sagrados da Grécia nós, pela calada, metodicamente, cinicamente, fomos degolando, mutilando, rapando tudo o que tivesse jeito de árvore para não prejudicar as “vistas”, tal como faria qualquer ricaço de letras gordas aos empecilhos que ofuscassem ou escondessem os arrebiques pelintras do seu "chalet".

O que haveria a dizer sobre as grandezas e as misérias da árvore nas cidades e nas vilas de Portugal!»


Joaquim Vieira Natividade (1899-1968)



P.S. - Texto que me foi enviado pela Manuela Ramos, co-autora do "Dias com Árvores".


segunda-feira, janeiro 05, 2009

Insistir no erro



"Jamais haverá ano novo, se continuarmos a copiar os erros dos anos velhos". (Frase atribuída a Luís de Camões).



Ao contrário do que muito boa gente pensa, os professores estão constantemente a ser avaliados. Porque um professor não se limita a ensinar História, Francês ou outra qualquer matéria. Um professor é também um educador, alguém que transmite ideais e valores.

Por este motivo, os comportamentos e as atitudes de um professor, no meio em que se insere, estão permanentemente a ser escrutinadas pelos demais. É daquelas coisas que advêm da profissão...

Do mesmo modo, uma escola, enquanto colectivo de pessoas, tem um papel perante a sociedade do qual não pode demitir.

Uma escola dever ser, antes de tudo o resto, um espaço de respeito...De respeito para com as pessoas que aí estudam e trabalham e de respeito para com o próprio espaço físico da escola, o construído e o natural.

Para mim, uma escola onde não se respeita a árvore não tem moral para pregar a sua importância no mundo. Não se pode pretender ensinar as crianças a amar as árvores fazendo cartolinas no "Dia da Árvore" e, em simultâneo, ser conivente com a mutilação das árvores existentes na própria escola.

Nenhuma cartolina, por mais bonita que seja, pode apagar, da memória de um jovem, a imagem destes monstros retorcidos pela ignorância humana.

Se eu sou a pessoa que sou, com todo o amor às árvores que tenho, não o devo a qualquer desenho ou composição que alguma vez possa ter feito sobre a árvore.
Devo-o, entre outras coisas, à imagem das duas enormes tílias do recreio da minha antiga escola primária. São as imagens das brincadeiras sob as suas copas que eu retenho quando fecho os olhos...

Tivesse eu lá estudado uns anos depois, quando a ignomínia as mutilou e transformou em dois tocos disformes, e não seria o mesmo Pedro...

P.S. – Quer-me parecer que algumas escolas, ao invés de estarem tão preocupadas com processos burocráticos ilusórios, deveriam preocupar-se mais com a educação dos que aí estudam...

Se 2009 operou em mim alguma transformação, foi a de diminuir a pouca vontade que sempre tive para pactuar com certas hipocrisias. A passagem do tempo acentua-nos o mau génio!


sexta-feira, janeiro 02, 2009

Pelo sobreiro...

Imagem retirada do sítio do "Expresso"

"A Direct Wines, o maior retalhista independente de vinhos do mundo, e a Corticeira Amorim plantaram sobreiros no Reino Unido, num gesto que procura simbolizar a parceria entre as duas multinacionais, líderes mundiais nos seus sectores". Esta acção contou com o apoio do deputado britânico Martin Salter e foi a primeira de um conjunto de iniciativas, em Portugal e no Reino Unido, de defesa da importância do sobreiro e do sector da cortiça - Ler a notícia integral na página do "Expresso".


A ONG Euronatura e a Fundação João Lopes Fernandes lançaram, no passado dia 19 de Novembro, através do sítio www. joaquimvieiranatividade.com, o filme "Três pessoas e um sobreiro". O filme pretende, passados que estão 40 anos após a sua morte, homenagear a figura de Joaquim Vieira Natividade, figura ímpar da ciência florestal nacional.

Por outro lado, o documentário "À sombra do sobreiro", de Olivia Blyth, já tem um teaser para auxiliar na respectiva promoção. E por falar em documentários, a BBC 2 emitiu, durante o passado mês de Dezembro, o documentário "Cork - Forest in a Bottle".

Por último, a imprensa internacional começa a compreender que a defesa do sector corticeiro, e da cultura do sobreiro a ele associado, está muito para além de ser uma questão meramente económica. Ver artigo no Telegraph britânico, de 29 de Novembro último.

Claro que este tipo de artigos causa sempre alguma urticária em certos sectores, bastando para tal ler este texto no blogue sobre vinhos "Vinography".
Um dos últimos comentários a este texto chega mesmo a afirmar que o governo português teve que criar uma área de protecção para a plantação de eucaliptos, ameaçada pela expansão das plantações de sobreiro e que o sobreiro nem sequer é uma espécie nativa no nosso país: "(...) The Portugal government had to create a protected area of eucalyptus because the cork farmers were clear cutting them to plant - yep you guessed it - cork trees. Cork trees are not indigenous to the region to begin with".

É este tipo de mentiras e de contra-informação que circula pela internet e que deve ser, de forma urgente e veemente, combatida.

P.S. - Este conjunto de informação foi disponibilizado pelo Luís Gil, membro da Unidade de Tecnologia da Cortiça, do INETI.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Bom Ano Novo para todos

A imagem destas férias: Covilhã sob um nevão, a fazer lembrar outros tempos... (2008-12-27)

Numa coisa todos concordaremos... A neve melhora a qualidade de qualquer paisagem.

Por isso, este ano, não vou pedir coisas irrealistas como:

- O cumprimento das leis de ordenamento do território deste país;
- Que as autarquias e os privados comecem a tratar as árvores com profissionalismo e respeito;
- Ou que, por exemplo, se implemente uma estratégia turística na Serra da Estrela que promova um efectivo desenvolvimento da região, e não da meia-dúzia do costume, não sacrificando o que ela tem de melhor: os seus valores naturais, humanos e paisagísticos.

Só isto, apenas estes 3 pontos, já é pedir muito, bem sei... Peço então, e em substituição, um pouco mais de neve, desejo bem mais realista apesar de tudo, pois descobri, por estes dias, que se esta não resolve os problemas, pelo menos disfarça-os ou torna-os mais suportáveis.

Sob um manto branco, até uma árvore distorcida de tantas podas renasce num efémero encanto bucólico... Sob um manto branco, não vemos muitos dos desperdícios de um turismo que faz da Estrela um vazadouro de lixo, nem vemos os esgotos que, por certo, continuam a correr a céu aberto na Torre...

Mas, infelizmente, o Inverno tem duração limitada e a neve acabará por derreter, devolvendo-nos à nossa triste realidade...

Desejo um Ano Novo muito feliz para todos e, em especial, para aqueles que comigo partilham o amor pelas causas que defendo na "sombra verde". Deus sabe que não é fácil gostar de árvores...