segunda-feira, dezembro 21, 2009

Ver a beleza onde outros apenas vêem uma árvore velha

Uma das melhores surpresas, senão mesmo a maior, resultante da criação deste blogue foi a descoberta de outras pessoas que comigo partilham o amor pelas árvores.

Foi assim, uma vez mais, com o leitor Sérgio Moreira da aldeia de Lanheses, entre Ponte de Lima e Viana do Castelo. O amor com que fala das suas árvores só pode ser compreendido por quem sente sentimento igual.


Uma das árvores que marca a vida do Sérgio, e da sua família, é a laranjeira centenária visível na imagem que se segue. Uma árvore que data do tempo dos seus bisavós!






Uma laranjeira centenária faz-nos pensar sobre a longevidade de muitas árvores de fruto e de como temos tendência a desvalorizar a sua beleza, face aos espécimes ornamentais, e bem como sobre a capacidade de resistência destas árvores face às adversidades naturais e às podas a que as sujeitamos.

É fácil emocionarmo-nos perante uma tília centenária, mas quantos de nós compreenderão a beleza que uma velha árvore de fruto encerra em si? O Sérgio Moreira e a família compreendem essa beleza e esta laranjeira, estou certo, tem para eles o valor de uma alameda de tílias.

domingo, dezembro 20, 2009

III Jornadas Internacionais sobre o Teixo



As III Jornadas Internacionais sobre o Teixo irão decorrer, em Ponferrada (Espanha), nos próximos dias 25 e 26 de Março de 2010. Para mais informações: jornadasdeltejo.blogspot.com/


Ainda sobre o teixo:

- El Tejo en El Mediterráneo Occidental - Conclusões (em formato pdf) do congresso "Jornadas Internacionales sobre el tejo y las tejeras en el Mediterráneo Occidental'" celebrado em Junho de 2006, em Alcoy (Alicante, Espanha).
- Folheto (em formato pdf) sobre a protecção de teixos monumentais.
- La Cultura del Tejo - Livro de Ignacio Abella (La editorial de Urueña, editoriacastillatradicional.com).



Notícias retiradas dos blogues: A Morteira e Amigos del Texu.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Gente feliz a plantar árvores




Na passada semana, fechou-se um ciclo iniciado há dois anos com uma campanha de reciclagem de rolhas de cortiça, lançada na minha escola.

Como em tudo, houve objectivos que foram abandonados pelo caminho mas, ainda assim, em pouco mais de ano e meio, evitou-se que perto de uma centena de quilos de rolhas tivessem acabado no lixo normal.

Claro que ao princípio, os alunos se queixaram de estar ao "ar livre" e não enfiados num centro comercial. Só quem não lida diariamente com adolescentes, ou pré-adolescentes, se poderia admirar com estes comentários.

Apesar deste início titubeante, abençoado pela chuva, os alunos lá foram aderindo à ideia de sujar as mãos, e as sapatilhas de marca, para plantar um sobreiro.

Os sobreiros foram plantados num terreno abrangido pela gestão florestal da Viver Serra, associação florestal do concelho de Silves, o que nos dá algumas garantias de futuro para o suor investido na plantação deste pequeno sobreiral. Confiantes no futuro destas árvores, prometemos voltar, para as visitar, daqui a um ano...




sexta-feira, dezembro 11, 2009

sábado, dezembro 05, 2009

Sem outro assunto

Nas próximas semanas, muito provavelmente, haverá uma notória diminuição dos textos publicados (com excepção de alguns já agendados para a próxima semana).

De igual modo, os comentários de visitantes do blogue poderão ficar pendentes, a aguardar aprovação, durante alguns dias. Este mesmo atraso poderá fazer-se sentir na resposta a e-mails que me sejam enviados.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Saber escolher

Avenida 25 de Abril, Covilhã

A minha admiração pelos hibiscos (Hibiscus sp.) tem aumentado, como árvore ornamental. Estão por cá há uns anos e não têm revelado comportamento invasor.

Acresce que passam o Verão quase todo em floração, caso pouco frequente entre as ornamentais utilizadas nas nossas cidades, e têm um tamanho quase ideal para os nossos passeios estreitos.

Não são árvores de causar grandes paixões, como um plátano de 30 metros, mas são bem mais adequadas à maioria das nossas acanhadas ruas.


P.S. - A Árvore Certa, Para o Local Adequado.

sexta-feira, novembro 27, 2009

E a seguir, José, que árvores vais mandar cortar?

Jardim de Santos - Fotografia da Rosa


O que se passa em Lisboa, as pessoas perderam o juízo e embarcaram numa fúria arboricida?

Primeiro, surgiu a intenção da Câmara Municipal de Lisboa (CML) instalar uma casa em metal sobre uma tipuana classificada no Jardim de Santos. A ninguém ocorreu consultar o Decreto-Lei n.º 28468/38, de 15 de Fevereiro, e aquilo que o mesmo diz sobre as medidas de protecção a exemplares classificados. A ninguém ocorreu questionar os serviços técnicos da Autoridade Florestal Nacional (AFN) ou outros técnicos em arboricultura, sobre os efeitos da instalação da dita estrutura sobre a árvore e o constante movimento de pessoas a subir à mesma.

Aliás, estou plenamente convicto que a CML se está perfeitamente borrifando para os técnicos da AFN e para o Decreto-Lei n.º 28468/38. O que lhes interesse é o pretenso chique da modernidade que a ExperimentaDesign distribuirá sobre o espaço, como se fossem pozinhos de magia...

E se os ramos da árvore não aguentarem o peso da estrutura e das pessoas? Pormenores, o que interessa é o brilho do design!


Fotografia do blogue Lisboa S.O.S.

Em segundo lugar, temos o abate, já concretizado, de dezenas de laranjeiras, na Praça de Alvalade, apenas para prolongar uma calçada em lioz. Árvores saudáveis, que não colidiam com nenhuma estrutura urbana.


Mais uma vez, pretensos valores estéticos ditaram o abate de árvores. Pormenores diria a CML.

Fotografia de Leonor Areal

Por último temos o inenarrável caso do Príncipe Real e das árvores que estão a ser abatidas no seu jardim. Primeiro eram 20, agora serão perto de meia centena. Primeiro era porque estavam em más condições mas, afinal, parece que algumas estavam apenas mal formadas, ou seja, eram feias...coitadas!

Diz o assessor de imprensa do Sr. vereador dos Espaços Verdes que o projecto foi aprovado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Pessoalmente, só ficaria sossegado se o mesmo tivesse sido aprovado por técnicos de arboricultura, ou será que estes não existem numa cidade com as universidades e os institutos que Lisboa tem?!

Termino pois com a pergunta que faço no título deste texto, dirigida ao Sr. vereador dos Espaços Verdes da CML, José Sá Fernandes: E a seguir, José, que árvores vais mandar cortar?


quinta-feira, novembro 26, 2009

Mais um ano. Mais do mesmo.




Imagens do blogue Rapoula do Côa

Chegou a altura do ano em que as autarquias, Câmaras e Juntas, gastam dinheiro dos contribuintes para nos fazerem o "favor" de nos defender das árvores.

Está aberta a época de caça às árvores! Olhem bem para as árvores cuja beleza vos enche os dias, pois podem não sobreviver a este Outono/Inverno...

terça-feira, novembro 24, 2009

Arboricídio em Oeiras




Na Escola Secundária Sebastião e Silva, em Oeiras, foram abatidas mais de 100 árvores porque, segundo o arquitecto Luís Cabral, responsável pela requalificação do espaço, havia exemplares:

a) Infestantes;
b) Mal formados;
c) De folha persistente;
d) Localizados em locais onde é necessário edificar novos edifícios.


Vamos à análise dos pretensos motivos que justificariam tamanho barbárie:

Admito que não se pode ser preso por ter e por não ter cão. E eu que já, por tantas vezes, defendi que as espécies invasoras deveriam ser eliminadas dos espaços públicos, não critico esta opção (por princípio, pois admito excepções se estivermos a falar de exemplares notáveis).
Por este motivo, não me oponho a que, progressivamente, se vão substituindo estas espécies, existentes em jardins de edifícios públicos.

No entanto, tendo em conta que foram abatidas 120 árvores (!!!), não me deixo de questionar sobre quantas, destas árvores, seriam invasoras? Como não me deixo de interrogar sobre se este caso de Oeiras foi excepcional ou se, a partir de agora, todas as espécies invasoras existentes em jardins de escolas, ou de outros edifícios públicos, serão abatidas?


Obviamente, passando a outro argumento, é compreensível que se transplantassem os exemplares que colidissem com a construção de novos edifícios, dentro do recinto escolar. Admito mesmo que fosse impossível transplantar alguns desses exemplares, mas a decisão de as abater, pura e simplesmente, sem ponderar o transplante, mostra bem o valor que foi dado às árvores que existiam na escola.

Os restantes argumentos com que se pretendeu justificar este arboricídio são indecorosos! Abater árvores porque estão mal formadas é absurdo. As árvores não se querem perfeitas, querem-se seguras. Logo, ou bem que as árvores tinham problemas fitossanitários, que punham em sério risco os elementos da comunidade escolar, ou a decisão de as abater por não estarem muito perfeitinhas foi perfeitamente fútil.
Como fútil foi a decisão de abater árvores porque eram de folha persistente. Sim, é certo que as árvores de folha caduca têm a vantagem de renovar a folhagem, permitindo a passagem da luz solar no Inverno, mas pretende-se, como esse argumento, justificar o abate de árvores com dezenas de anos? Apenas porque eram de folha perene?!

Não satisfeito com esta argumentação, o Sr. arquitecto pretende que aceitemos o arboricídio de mais de uma centena de exemplares, com dezenas de anos, acenando com a plantação de novas árvores. O Sr. arquitecto acha uma chatice isto das árvores serem velhas e feias.

Chique a valer é plantar novas árvores, mais de acordo aos gostos do autor do projecto de requalificação. A história, essa, apaga-se ao som da motossera!

Deste modo, o arquitecto Luís Cabral ignorou o valor do pequeno ecossistema formado por esta centena de árvores no jardim desta escola, como ignorou o seu valor patrimonial e o valor sentimental que as mesmas tinham para dezenas de pessoas que estudaram e trabalharam neste lugar, ao longo dos anos.


Tudo isto foi feito em nome de uma requalificação para fazer nascer a escola do século XXI. Medo! A escola do século XXI está entregue à mais pura das ignorâncias, desrespeitadora da sua própria história e identidade.


P.S. - Esta situação é, para mim, tanto mais absurda quanto o arquitecto Luís Cabral foi o autor do Jardim do Lago, na Covilhã, obra em que soube aproveitar as velhas árvores da quinta onde o referido jardim foi implantado. Elogiei-o por isso e mantenho esses elogios.
Lamento apenas a aparente mudança de opinião do arquitecto face à preservação do arvoredo pré-existente.

O único argumento verdadeiramente válido para abater uma árvore é a sua falta de sustentabilidade e, logo, o risco da mesma cair e poder provocar danos, humanos ou materiais. É sintomático que este argumento não tenha sido referido, como justificativo, para abater nenhum dos 120 exemplares.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Arboricídio em Madrid



"Los árboles son en las ciudades elementos de ornato, y en arquitectura ornato es la parte superflua del edificio." Bernabé Moya


Fotografia, citação e notícia completa: La Crónica Verde.


sexta-feira, novembro 20, 2009

Um projecto interessante

Um grupo de cidadãos de Lisboa tomou a iniciativa de se juntar para plantar árvores. Interessante porquê? Por ser uma iniciativa de um grupo de cidadãos. Para mim, isto é que torna esta iniciativa original e a distingue de tantas outras iniciativas similares.

Árvores são árvores, bem sei, independentemente de quem as planta. Mas agrada-me particularmente que, ao contrário de tantas outras situações, não estejamos a falar de marketing verde de uma qualquer empresa que quer apagar o seu dióxido de carbono, plantando árvores.

Nada disso, são apenas pessoas que gostam de árvores e as querem plantar! Agrada-me...


Plantar uma árvore: http://www.plantarumaarvore.org/


quinta-feira, novembro 19, 2009

Plátanos em risco

Imagem retirada do blogue Rio das Maçãs


A seguir com muita atenção a intenção da Estradas de Portugal (EP) intervir em 572 árvores no concelho de Sintra.

Entre as árvores visadas, encontram-se os plátanos situados junto à Adega de Colares (visíveis na imagem retirada do blogue Rio das Maçãs, que tem dedicado alguns textos ao assunto).

Espero estar profundamente enganado mas, por situações anteriores, antevejo que esta intenção não augure nada de positivo para este património natural. Actualmente, a EP olha para as árvores que estão sob a sua alçada, apenas como uma fonte de conflitos e de despesas.
Deste modo, qualquer desculpa é boa para a EP abater algumas árvores. Para os seus administradores, tal actos são sempre geradores de poupança e de simpatias entre os muitos portugueses que destilam ódio pelos nossos arvoredos. Resumindo, menos árvores são sempre sinónimo de menos dores de cabeça.


Podem, igualmente, ler um artigo mais extenso que escrevi no blogue da Árvores de Portugal.

terça-feira, novembro 17, 2009

Poderá o amor matar uma árvore?



No seguimento do seminário sobre conservação de árvores monumentais realizado em Madrid, e divulgado aqui, uma reflexão interessante que aconselho a ler: Amores que Matam Árvores (texto em língua espanhola).


Nota pessoal: a falta de civismo pode matar uma árvore ou, no mínimo, danificá-la (ver a imagem do plátano monumental, situado em Monchique, que acompanha este texto). Não discordo.

No entanto, a meu ver, tal constatação deverá levar-nos a educar as pessoas no sentido de modificar as suas atitudes para com as árvores e a acautelar a protecção de alguns espécimes, em particular, mais sensíveis à pressão humana. Mas não nos deverá levar nunca a esconder todas as árvores em cercados, longe dos olhares humanos.

Só se ama o que se conhece. Se é inegável que o "excesso de popularidade" pode danificar uma árvore, não deixa de ser menos verdade que a divulgação dos exemplares monumentais é essencial para a causa da defesa da importância do património arbóreo. Em Espanha como em Portugal.



quarta-feira, outubro 14, 2009

O patinho feio

Igreja da Santíssima Trindade. Bairro da Estação, Covilhã.


Desde miúdo que me lembro deste cedro (Cedrus sp.). E desde miúdo que me lembro dele assim, escanzelado.

É como se o passar dos anos lhe fosse indiferente, como se tivesse cristalizado no tempo. Como dele não tenho outra memória, nunca percebi o que o fez assim, enfezado, se é resultado de obra humana ou se é resultado da sua própria natureza.

No entanto, com os anos, habituei-me a aceitá-lo assim, um patinho feio comparado com outros cedros monumentais que crescem no Bairro da Estação, na Covilhã.

Nos anos mais recentes, o terreno que o viu crescer passou de descampado a estaleiro de uma igreja, cujas obras se arrastaram durante anos.

Nunca tendo partilhado esta certeza com ninguém, sempre suspeitei que o dia de conclusão da obra da igreja ditaria o seu fim. Mas enganei-me...

Por uma vez, num acto de humildade, quem decidiu a construção da igreja, quem a desenhou e construiu, decidiu aceitá-lo. Não o entendeu como uma afronta na paisagem, como um obstáculo à contemplação da obra humana.

Curiosamente, a Igreja da Santíssima Trindade reduz-se no espaço com a presença do cedro, na mesma proporção com o cedro aumenta a sua marca na praça, com a vizinhança do templo humano construído a seus pés.

Nesta história todos ganharam algo. E eu não perdi o meu patinho feio!

terça-feira, setembro 22, 2009

...



Árvore plantada, em escola norte-americana, em memória de professor falecido no início do ano. Há notícias que mexem connosco...

(Do Twitter da Árvores de Portugal.)

sexta-feira, setembro 18, 2009

Desenvolvimentos no caso da rolagem de choupos em Ponta de Barca


HPIM2167.JPG (image)
A propósito do texto "A loucura à solta em Ponte da Barca", recebi hoje uma amável mensagem do Sr. José Pontes que, deduzo, seja um dos responsáveis do Gabinete de Protecção Civil de Ponte da Barca.

Segue a mensagem do Sr. José Pontes:

"De facto e como deve compreender o corte e a monda das árvores do Choupal e largo do Côrro, é uma medida que qualquer responsável ou cidadão gostaria de não ter de tomar. Como sabe, e na consequência dos últimos temporais várias foram as árvores no nosso concelho que caíram, tendo sido as de esta área pela sua sensibilidade a mais evidente.

Um relatório datado de 2001, solicitado na sequência das intempéries do Inverno 2000/2001, relatório esse da responsabilidade da firma "Planeta das Árvores" e elaborado pelos técnicos Gerard Passola e Serafim Riem, apontava para uma listagem de árvores a abater e uma listagem de árvores que necessitavam de intervenção urgente.


Como entretanto o trabalho apontado no relatório, não foi executado, e porque ao longo do tempo, ia acontecendo o derrube sistemático de galhos de árvores com alguma dimensão, independentemente das condições climatéricas, pondo em perigo a vida dos cidadão, sobretudo numa zona onde o acesso pedonal é constante, solicitamos no ano de 2008 novo estudo à referida firma, cujo relatório apontava para as seguintes tarefas:

1 - Desmontagem controlada dos 120 exemplares de choupos.
2 - Extracção e trituração dos troncos do raízame de cerca de 120 choupos abatidos, até 50 cm de profundidade.

3 - Fornecimento e plantação de 75 freixos (Fraxinus Angustifolia) com cerca de 2,5 a 3 m de altura.


Face ao exposto e à responsabilidade que nestas circunstâncias são atribuidas aos responsáveis pela Protecção Civil do Município, não nos restava outra alternativa senão efectuar, no mínimo trabalhos que acautelasse a segurança dos cidadãos.


Por último, como deve calcular, trata-se para nós de uma situação difícil mas que obrigava a uma intervenção célere para que os prejuízos até ao momento registados não venham a incluir vítimas humanas. Trata-se ainda de um local, onde o edificado existente a jusante da Ponte, para quem entra no sentido Norte - Sul, é de muita fraca qualidade, prejudicado ainda com o armazém junto ao rio Vade e que agora fica muito mais visível.


Com esta operação, poderemos avaliar se é possível fazer uma reconverção das espécies sem ter de efectuar um corte radical e não pondo em causa a segurança das pessoas.


Na esperança que esta comunicação permita ficar com uma avaliação do problema, grato pela sua atenção e preocupação,


Com os melhores cumprimentos
,
José Pontes."



Segue a minha opinião:

Caríssimo José Pontes,

Antes de mais, agradeço o cuidado do contacto e os esclarecimentos dados.

Repare bem no que eu escrevi no meu texto sobre este caso:"(...) E, obviamente, em caso de ser detectada algum exemplar com pouca sustentabilidade, proceder ao seu imediato abate e substituição por outra árvore."

Dito por outras palavras, eu não contesto que, por vezes e em nome da segurança das pessoas, se tenham que cortar árvores.
Que fique bem claro, eu não dou mais valor a uma árvore do que à segurança de uma pessoa.

Eu sou amigo pessoal do Serafim Riem e se foi a empresa dele que fez o estudo que refere, não vou ser eu a contestar o diagnóstico relativo à necessidade de cortar diversas árvores. Não pela amizade que nos une, mas pela competência que reconheço à sua empresa.
Mas então, com toda a franqueza, tivessem cortado imediatamente as árvores pela base e plantado outras. Logo em 2001...

O que não é admissível, na minha opinião, é esta situação intermédia, em que as árvores foram roladas. A mensagem que se passa às pessoas é errada e, naturalmente, as pessoas têm dificuldade em perceber.

O que aqui falhou, se me permite opinar, foi a vossa forma de proceder. Esse relatório da "Planeta das Árvores" deveria ter sido divulgado amplamente, nomeadamente na comunicação social local e regional, e aí as pessoas perceberiam a necessidade de cortar as árvores e substituí-las por outras.


Não duvido que a vossa intenção tenha sido a melhor, mas infelizmente a solução que vocês adoptaram tem dois problemas:

a) Não resolveu o problema em definitivo, pois as árvores continuam a necessitar de ser abatidas;
b) No entretanto, deixaram estes "postes" que revoltam as pessoas, tendo prestado um mau serviço à própria imagem de quem visita Ponte da Barca e se depara com esta situação.

Por vezes, as soluções intermédias, ainda que bem intencionadas, são as piores.

Agradecido pela atenção, sempre ao dispor.

Com os melhores cumprimentos,

Pedro Teixeira Santos.



Árvores no Urban Sketchers


"Urban Sketchers"- Um blogue (obrigatório) que reúne artistas de todo o mundo, que gostam de desenhar as cidades onde vivem ou por onde viajam. Para muitos desses artistas, as árvores são uma parte importante dessas viagens...


Lynne Chapman


Adebanji Alade

terça-feira, setembro 15, 2009

Árvores de Portugal - Como colaborar

Carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.) - Aldeias de João Bragal (Guarda)


Por motivos de funcionamento interno da própria Árvores de Portugal, ainda não estamos em condições de aceitar inscrições para sócios. Esta é uma questão que contamos ter resolvida brevemente e da qual iremos dando conta na nossa página oficial: arvoresdeportugal.net

Até lá, agradecemos o envio de notícias sobre árvores para posterior divulgação na nossa página no Twitter: twitter.com/arvoresportugal

Por outro lado, a colaboração pode ser feita através da partilha de fotografias de árvores notáveis, utilizando o nosso grupo no Flickr: flickr.com/groups/arvoresdeportugal/

Por último, mas não menos importante, aguardamos a sua colaboração com o nosso blogue. Assim sendo, caso o lei­tor pos­sua uma his­tó­ria sobre a temá­tica das árvo­res, não hesite e partilhe-a com todos os que ama­mos os gigan­tes dos nos­sos jar­dins e flo­res­tas. As suas con­tri­bui­ções serão apre­ci­a­das e pode­rão ser envi­a­das para a nossa página de contacto.


segunda-feira, setembro 14, 2009

Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima - Edição de 2010

As inscrições para a edição de 2010 do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, subordinada ao tema“Kaos no Jardim”, estão abertas até 30 de Outubro.



Consultar mais informações: aqui.


domingo, setembro 13, 2009

Árvores para adopção



Como no ano anterior, o Rúben tem disponíveis para oferta diversas árvores: castanheiros, carvalhos-alvarinhos (ou robles) e cerquinhos.

A única despesa de quem queira adoptar estas árvores, será a deslocação ao terreno do Rúben, na zona de Coimbra.

Caso alguns leitores se mostrem interessados nesta oferta, agradecia o envio de um e-mail para asombraverde(at)gmail.com e eu colocarei esses mesmos leitores em contacto com o Rúben.

Aproveito ainda este espaço para divulgar o novo projecto do Rúben: Florestar.net

segunda-feira, setembro 07, 2009

Árvores de Portugal



Existe um novo ponto de interesse para todos os que, no nosso país, amam as árvores: a página oficial da Associação Árvores de Portugal.

Venham visitá-la para saberem mais sobre esta e outras árvores notáveis de Portugal. A viagem começa agora, juntem-se a nós!

domingo, setembro 06, 2009

Laços de Família no Botânico de Lisboa

Programa de visitas guiadas no Jardim Botânico da Universidade de Lisboa (JBUL), com início no próximo dia 9 de Setembro e término em Maio de 2010. O ciclo chama-se "Laços de Família" e ao todo serão 10 visitas temáticas diferentes.

Mais informações: http://www.jb.ul.pt ou
http://cercaldaeira.wordpress.com/2009/09/04/lacosdefamilia/

sexta-feira, setembro 04, 2009

A loucura à solta em Ponte da Barca


As imagens que se seguem foram tiradas, em Ponte da Barca, por um leitor do "Dias com Árvores".

Relata esse leitor que em Ponte da Barca existia um belo choupal...

Ponte da Barca - Fotos de Jorge Alves

Ponte da Barca - Fotos de Jorge Alves


Ponte da Barca - Fotos de Jorge Alves

Qual o motivo para tamanha barbaridade? O de sempre, a ignorância!

Tudo terá começado com a queda de alguns exemplares no último Inverno, o que, inevitavelmente, constitui sempre o álibi perfeito para justificar posteriores arboricídios.

Como já aqui escrevi, por diversas vezes, num país onde grassa o desleixo é uma sorte que não ocorram mais acidentes com quedas de árvores, dado o abandono de muitos arvoredos, por um lado, e a forma deficiente como se faz a manutenção das árvores nas cidades, por outro.

Sai caro a uma Câmara, a uma Junta de Freguesia ou a qualquer outra entidade, pagar a uma empresa especializada em arboricultura para examinar os arvoredos em espaço público e, desta forma, evitar ao máximo a possibilidade de acidentes deste tipo.

Sim, eu sei, esses serviços são caros. É por isso que as Câmaras atribuem esses serviços a outras empresas, ainda que sejam especializadas noutras áreas, como a construção civil, e que, por esse motivo, pouco ou nada saibam de árvores.
Mas levam menos dinheiro pelo serviço, justificam-se eles... E na hora de escolher, entre a segurança das pessoas e os foguetórios, está bem de ver qual é a opção da maioria dos nossos autarcas.

Mas cometido o primeiro erro, ou seja, não prevenir este tipo de situações, logo de seguida cometem outro erro ainda mais grave.
Ao menos poderiam ter aprendido com o primeiro erro e, após a queda de uma ou mais árvores, finalmente optarem pelos serviços de uma empresa competente na área, que pudesse avaliar o estado das restantes árvores.

Era isso o que deveria ter sido feito nesta situação e em todas as similares, pedir a avaliação de cada uma das árvores restantes, a uma empresa de arboricultura.
E, obviamente, em caso de ser detectada algum exemplar com pouca sustentabilidade, proceder ao seu imediato abate e substituição por outra árvore.

Mas não, pedir isto, pedir um comportamento normal e responsável, é pedir de mais a uma autarquia portuguesa: "O quê, mandar vir os maluquinhos das árvores?! Isso é caro e não dá votos...Vamos mostrar às pessoas que nos preocupamos com a sua segurança, vamos rolar todas as árvores!"

E assim foi...Não interessa que todas as restantes árvores pudessem estar plenamente saudáveis. Numa decisão baseada na mais pura das arrogâncias, rolaram-se, da forma que as imagens documentam, dezenas de árvores. É este o preço da ignorância... E por certo que ainda haverá pessoas agradecidas.

Esquecem-se essas pessoas que estas podas radicais transformam árvores saudáveis em exemplares mais frágeis, aumentando o risco de, no futuro, ocorrerem situações de quedas de ramos ou árvores.

Não se morre da doença mas morre-se da cura...


P.S. - Apesar de já ter relatado dezenas de casos similares, admito que este me provocou uma especial repugnância.
Após alguns segundos a olhar para as fotografias, consegui perceber o porquê desse sentimento.

É que ao contrário do que acontece com a maioria das fotografias de situações similares que aqui denunciei, nestas imagens são visíveis pessoas.

São visíveis pessoas sentadas, a conviver, numa floresta de árvores mortas e estropiadas. E essa é uma imagem verdadeiramente perturbadora.


quinta-feira, agosto 20, 2009

Prossegue o abate de árvores em Loulé

Em Loulé, prossegue o abate de árvores sem que seja dada qualquer justificação à população. Agora foi no Parque Municipal...






Fonte das imagens e da denúncia: Movimento Apartidário da Cidade de Loulé.

"Corkjacking"

Sobreiro vítima de descortiçamento ilegal e, tecnicamente, mal executado (Canal Caveira) - Fotografia enviada por Luís Gil (Unidade de Tecnologias da Cortiça, INETI)


O roubo de cortiça, para além dos danos económicos que provoca aos proprietários dos sobreiros em causa, provoca danos irreparáveis nas árvores (bem visíveis nesta imagem).

Como se os montados de sobreiro e a indústria da cortiça não tivessem já problemas de sobra!

terça-feira, agosto 18, 2009

Os carvalhos da Sr.ª do Desterro

Carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) - Senhora do Desterro (Serra da Estrela)


A Senhora do Desterro, no concelho de Seia, junto ao rio Alva, é um espaço marcado pela monumentalidade das árvores, nomeadamente de um conjunto de três carvalhos-alvarinho (Quercus robur L.), que partilho nas imagens que acompanham este texto.

E se é verdade que o encanto do local surge da conjugação de diversos elementos, incluindo o monumento religioso e o próprio rio, não deixa de ser menos verdadeiro que o espaço não seria o mesmo sem a dimensão conferida pelas árvores.


Carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) - Senhora do Desterro (Serra da Estrela)


Saudemos as pessoas que estimam a sombra das árvores, que não receiam vê-las crescer e que acreditam que estas não retiram, antes acrescentam, monumentalidade às construções humanas.


Vale a pena parar na Senhora do Desterro e absorver a sombra destes carvalhos afortunados.

Carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) - Senhora do Desterro (Serra da Estrela)


Bem perto deste local, situa-se a Central Hidroeléctrica da Senhora do Desterro, já desactivada, e que deverá dar lugar, brevemente, a um museu sobre a temática da electricidade.

Adjacente a toda esta área situa-se a Mata do Desterro, com uma superfície que ronda os 140 hectares, inserida no Parque Natural da Serra da Estrela. Nesta mata, sob gestão da Câmara de Seia desde Maio de 2007, desenvolve-se um projecto de conservação da natureza e de educação ambiental, sob a coordenação do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE).

No âmbito da conservação da biodiversidade deste espaço pretende-se restaurar a vegetação natural, nomeadamente promovendo o controlo do avanço das mimosas (Acacia dealbata Link.), uma invasora com ampla distribuição nesta zona.

sexta-feira, agosto 14, 2009

O teixo de Seia

Teixo (Taxus baccata L.) - Seia


Os jardins do Museu do Brinquedo, em Seia, albergam um teixo (Taxus baccata L.), com uma idade estimada de 300 anos, classificado como árvore de interesse público.

Com perto de 3 metros de perímetro de tronco à altura do peito será, de entre os exemplares ornamentais desta espécie conhecidos no nosso país, um dos mais grossos.

Apetece-me saudar o romantismo visionário de quem soube, no passado, escolher para o seu jardim uma das nossas espécies arbóreas mais bonitas e, hoje em dia, tão ameaçada nos seus habitats naturais.

Estes visionários de há 2 ou 3 séculos souberam legar-nos este património, foi o seu contributo para o futuro.
E nós, que legado saberemos deixar às gerações vindouras? Acredito que, na melhor das hipóteses, saberemos cuidar deste e de outros teixos que o tempo acarinhou até aos nossos dias.

E será este património que os nosso filhos irão receber, estes mesmos teixos. Porque hoje já ninguém planta teixos nos seus jardins.
E porque os haveriam de plantar se ninguém os conhece, se ninguém se interessa por conhecer as maravilhas do que resta do nosso património natural? Como no tempo do Eça, chique a valer é o que vem lá de fora!


quarta-feira, agosto 12, 2009

Plano para a gestão do teixo nas serras do Centro de Portugal

Teixo (Taxus baccata L.) - Vale do Zêzere, Serra da Estrela


"O projecto de conservação e gestão do teixo (Taxus baccata L.), árvore criticamente ameaçada na região Centro de Portugal, resulta da parceria entre o Observatório das Florestas (Associação para o Fomento da Cooperação no Estudo e na Gestão do Fogo e das Florestas), o Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), o Parque Natural da Serra da Estrela (ICNB/PNSE), o Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e o Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens (FAPAS)". Bloco de Notas N.º 26 do Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE).